quinta-feira, 21 de abril de 2011

"O Pão que Eu hei-de dar é a Minha Carne, pela vida do mundo"




São João Crisóstomo. Homilias sobre a a 1ª Epístola aos Cotíntios, n. 24. Extraído de: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/s_joao_crisostomo_antologia.html





“Nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” (1 Cor 10, 17). O que é o pão que comemos? O Corpo de Cristo. Em que se transformam os comungantes? No Corpo de Cristo, não numa multidão, mas num único Corpo. Assim como o pão, constituído por muitos grãos de trigo, é um único pão no qual desaparecem os grãos, assim como os grãos subsistem nele, sendo contudo impossível detectar o que os distingue em massa tão bem ligada, assim também nós, juntos e com Cristo, formamos um todo. Com efeito, não é de um corpo que se alimenta determinado membro, alimentando-se outro membro de outro corpo. É o mesmo Corpo que a todos alimenta. E é por isso que o apóstolo Paulo salienta que “todos participamos do mesmo pão”.

Pois bem, se participamos todos do mesmo pão, se nos tornamos todos esse mesmo Cristo, por que não demonstramos a mesma caridade? […] Era o que acontecia no tempo dos nossos pais: “A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma” (Act 4, 32). Mas tal não acontece no presente; pelo contrário. E, contudo, homem, Cristo veio procurar-te, a ti que estavas tão longe dele, para se unir a ti. E tu não queres unir-te a teu irmão? […]

Com efeito, Ele não se limitou a dar o seu corpo; mas, porque a primeira carne, tirada da terra, estava morta pelo pecado, introduziu nela, por assim dizer, outro fermento, a sua própria carne, da mesma natureza que a nossa mas isenta de todo o pecado, cheia de vida. O Senhor distribuiu-a por todos a fim de que, alimentados por esta carne nova, possamos, em comunhão uns com os outros, entrar na vida imortal.

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