domingo, 24 de abril de 2011

Homilia Pascal de São Gregório de Nazianzo


O Verbo de Deus, Aquele que existe desde toda a eternidade, Aquele que é invisível, incompreensível, incorpóreo, o Princípio que procede do Princípio, a Luz que nasce da Luz, a fonte da vida e da imortalidade, Aquele que é a expressão fiel do arquétipo divino, o selo inamovível, a imagem perfeitíssima, a palavra e o pensamento do Pai (Heb 1, 3), é o mesmo que vem em ajuda da criatura feita à sua imagem (Gn 1, 27), e por amor do homem Se faz homem. Assume um corpo para salvar o corpo e une-se a uma alma racional por amor da minha alma. Para purificar aqueles a quem Se tornou semelhante, fez-Se homem em tudo exceto no pecado… Aquele que enriquece os outros faz-Se pobre. Aceita a pobreza da minha condição humana para que eu possa receber as riquezas da sua divindade (2 Co 8, 9). Aquele que possui tudo em plenitude, aniquila-Se a Si mesmo, priva-Se por algum tempo da sua glória para que eu possa participar da sua plenitude.

Porquê tantas riquezas de bondade? Que significa para nós este mistério? Eu recebi a imagem divina, mas não soube conservá-la; agora Ele assume a minha condição humana, para restaurar a perfeição daquela imagem e dar imortalidade a esta minha condição mortal. Deste modo, estabelece conosco uma segunda aliança, mais admirável que a primeira. Convinha que o homem fosse santificado mediante a natureza assumida por Deus. Convinha que Ele triunfasse deste modo sobre o nosso tirano, que nos subjugava, para nos restituir a liberdade e reconduzir-nos a Si pela mediação de seu Filho. E Cristo realizou, de fato, esta obra redentora para glória de seu Pai, que era o objetivo de todas as suas ações.
Fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/s_gregorio_de_nazianzo_antologia.html

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